A espera
UM DIA, MAS NÃO A MUITO TEMPO. Agasalhada, sentada em um dos assentos de madeira onde se encontravam os passageiros que esperavam o próximo trem, estava ela. Uma menina tão pequena, tão frágil. Me perguntei inúmeras vezes o que ela estava fazendo ali. Sozinha. Porém minha coragem foi incapaz de dar-me forças para me dirigir a menina. O vento estava gelado, mas ela não parecia estar com frio. E por mais que houvesse várias pessoas estranhas ao olhar dela, também não parecia temer algo. Não sorria, nem chorava. A expressão no rosto dela era serena. Até que o trem chegou a plataforma, rápido e barulhento. Fazendo com que o vento desarrumasse seus cabelos. Não pareceu se incomodar com isso. Um sorriso triunfante surgiu em seus lábios. Ela pôs as mexas desajeitadas de seu cabelo pra trás das orelhas e procurou um rosto conhecido entre a multidão de passageiros que saiam dos vagões. Então, o homem alto saiu de um dos vagões. Um tanto estranho, que usava roupas quase tão engraçadas quanto seu semblante.Seu olhar cruzou com o da pequena menina, um sorriso quase tão encantador quanto o dela surgiu em seu rosto. Ela se levantou do banco e correu até ele. Em passos desajeitados e maiores do que suas próprias pernas. Enquanto ele se abaixava e abria os braços.Em um abraço carinhoso ela disse a ele: "eu sabia que você um dia chegaria, felicidade".
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