
"Mais um copo por favor" eu disse ao garçom. "Mais um copo" eu repeti como se ele tivesse alguma deficiência mental ou auditiva. Mas a única pessoa que tinha algum problema naquele balcão, era eu mesma. Aquele que me olhava pela janela do bar não sabia o que eu queria. Nem eu mesma sabia o que queria naquela noite. Alguém para culpa? Alguém por quem chorar? Já lhe disse alguma vez, que eu sou realista? Em certas horas, eu amava. Em outras horas, eu odiava. Suplicando silenciosamente que eu estivesse errada, de uma maneira que só os batimentos cardíacos conseguissem me ouvir, me responder. Eu talvez tenha encontrado o porque de tanta incerteza. Talvez seja justamente a certeza de que tudo torna a se repetir. Culpa da minha certeza incerta. Do meu certo, errado. Culpo minha minha memória, minhas lembranças que luto para esquecer. Culpo minha insegurança causada justamente por elas. Pelas lembranças nunca esquecidas. Porém, culpo principalmente, a mim mesma. Mas está tudo tão tão igual. Como ver um filme através do espelho. Vendo ele ser projetado duas vezes. Mas as diferenças que ignorei certas vezes, como da vez que entrei no bar. Elas, é quem tornam minha certezas tão incertas. Meus medos tão vagos, minhas lágrimas tão em vão. Elas me provam que estou errada, toda vez que penso estar certa.
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