
Seu rosto estava sendo encoberto por lágrimas que caiam compulsivamente, sentiu seu corpo ficar cada vez mais quente e ela mal tinha terminado de dizer a primeira frase. Mas naqueles poucos segundos a tristeza inundou seu coração, tristeza tão grande que pensou que não caberia em apenas um coração. Ela viu, naqueles segundos, ele a olhando com seu lindo sorriso, chamando-a de algo que ela ainda não consegue compreender o porque. Mas aquele nome que ele deu a ela, assim como deu a todas as outras pessoas, fazia ela se sentir bem. Não pelo nome, mas por ser a voz dele. Ela se lembrou da sensação que teve quando ele a abraçou sem que ela pedisse, quando ele a beijou. Se lembrou da primeira vez que ele a olhou, das primeiras coisas que conversaram. E der repente, estava tudo tão distante. Ela conseguiu lembrar e ver todas as lembranças perdendo suas cores naqueles pequenos segundos que pareciam eternidades. Ela fechou os olhos, e pediu em um sussurro quase que silencioso para que tudo aquilo fosse um pesadelo. Viu também, todos os planos, todos os sonhos, todas suas fantasias mirabolantes e um tanto infantis se desfazendo. Pouco a pouco, virando pó. Mas tudo parecia tão pior do que antes de dizer aquelas frases. Tudo parecia doer mais. E ela só queria que ele a abraçasse e dissesse que tudo ficaria bem. Mas a indiferença dele só lhe causava mais mal.
- Vamos, vamos. Acorde. - ela tentou novamente.
Então aquele quem ela jamais pensaria que lhe empurraria, lhe empurrou. Exatamente quando precisou de um empurrão. E outra frase sua soou sem que ela se desse conta. Suas lágrimas aos poucos foram cessando e a dor diminuindo. E as palavras que ela mais queria ouvir dele, ela ouviu. Foi exatamente quando ela desejou não acordar nunca mais.
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